segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Estruturalismo é uma forma de linguagem

A linguagem não apresenta a realidade de uma maneira imediata e neutra. Ela cria uma forma convencional, cultural e histórica que nos reenvia à realidade.

O estruturalismo consiste, ele mesmo, numa forma de linguagem.

Para o estruturalista, tudo existe na dimensão do discurso. Portanto, não é válido imaginar a existência de uma realidade extralingüística.

O acesso à realidade somente é possível através da experiência lingüística. Por isto, podemos afirmar que toda relação que estabelecemos com a realidade é significativa.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A construção do objeto

Por estruturalismo entendemos a exigência de um rigor na forma de captação do mundo ou de uma dada realidade.

Embora não seja uma doutrina filosófica, também não pode ser entendido apenas como um método.

De fato, é mais que um método e menos que uma filosofia.

Melhor seria caracterizá-lo como um sistema de pensamento que adota o rigor do modelo linguístico tal como proposto por Ferdinand de Saussure.

Porque, vale lembrar, a lingüística é a ciência da estrutura, por excelência.

Estruturalismo designa, antes de tudo, um lugar teórico, um ponto de convergência de múltiplas atividades, que não apresentam coerência entre si nem buscam unicidade.

Para Saussure, o objeto não precede o ponto de vista, antes, é o ponto de vista que cria o objeto.

Estruturalismo é uma atividade em que se regula um determinado número de operações mentais que visa à reconstituição de um objeto.

Operações, das quais o homem não está ausente. Mas se insere inteiro, com sua história e visão de mundo, inscrevendo suas possibilidades e impossibilidades.

Esta marca humana renova o objeto, adiciona a ele o novo que consiste no próprio homem.

O que implica dizer que nunca se apreende o real em si, mas apenas a parcela humanizada dele.

O que está em jogo na apreensão, não é propriamente a competência ou não que temos de nos apropriar do mundo, mas a capacidade que temos de fabricá-lo, de criá-lo.

E esta criação abrange a inscrição do homem.

Por isto podemos afirmar que não há um homem que observa o mundo e dele extrai impressões.

Há o mundo, e neste se inclui o homem que o criou.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A força da palavra estrutura

O que significa estrutura?

Originada do latim strutura, em sentido lato quer dizer a disposição e ordem das partes de um todo.

A ampliação do termo engloba a maneira como as partes de um todo se organizam numa totalidade. Entende-se como todo, qualquer substância, corpo vivo ou discurso.

Todo, pode se referir a uma obra literária, a uma obra musical, a uma construção capaz de suportar cargas ou a um organismo vivo.

O termo adquiriu adesão em diversas disciplinas, como anatomia, psicologia, geologia, matemática...

No entanto, é na arquitetura que encontramos o berço do sentido, que designa a maneira como o edifício está construído.

Impossível se encontrar definição mais precisa do que esta.

Em suma, estrutura é aquilo que revela a análise interna de uma totalidade: elementos, relações entre elementos e o sistema dessas relações.

Em outras palavras, refere-se a um tipo de análise que dá acesso ao esqueleto do objeto, para que nele se produza a distinção entre aquilo que se considera essencial, daquilo que se considera acessório.

Na verdade, a noção de estrutura sempre existiu ainda que sob outras designações, tais como: essência, forma, figura, conjunto, totalidade, organismo, sistema ou visão de mundo.

A palavra estrutura tem a idade da ciência e da filosofia ocidental.

Trata-se de um termo antigo, que se banalizou pelo uso indiscriminado, cuja mera utilização não caracteriza nada, ou seja, não indica compromisso ou filiação a qualquer disciplina do conhecimento.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O que é estrutura?

A etimologia nos oferece uma imagem. Estrutura seria o plano segundo o qual o objeto é construído.

Este plano, uma vez construído e reproduzido em abstrato, pode ser reconhecido em outras totalidades.

Nesta definição, vislumbramos o ponto de ligação entre estrutura e método comparativo.

A estrutura, sendo comum a diferentes realidades, permite-nos o exercício da comparação.

Toda vez que falamos de relações estruturais nos referimos a relações fundamentais.

Podemos ampliar a acepção da palavra estrutura e dizer que tudo o que existe, se não for inteiramente amorfo, possui uma estrutura.