terça-feira, 16 de novembro de 2010

A construção do objeto

Por estruturalismo entendemos a exigência de um rigor na forma de captação do mundo ou de uma dada realidade.

Embora não seja uma doutrina filosófica, também não pode ser entendido apenas como um método.

De fato, é mais que um método e menos que uma filosofia.

Melhor seria caracterizá-lo como um sistema de pensamento que adota o rigor do modelo linguístico tal como proposto por Ferdinand de Saussure.

Porque, vale lembrar, a lingüística é a ciência da estrutura, por excelência.

Estruturalismo designa, antes de tudo, um lugar teórico, um ponto de convergência de múltiplas atividades, que não apresentam coerência entre si nem buscam unicidade.

Para Saussure, o objeto não precede o ponto de vista, antes, é o ponto de vista que cria o objeto.

Estruturalismo é uma atividade em que se regula um determinado número de operações mentais que visa à reconstituição de um objeto.

Operações, das quais o homem não está ausente. Mas se insere inteiro, com sua história e visão de mundo, inscrevendo suas possibilidades e impossibilidades.

Esta marca humana renova o objeto, adiciona a ele o novo que consiste no próprio homem.

O que implica dizer que nunca se apreende o real em si, mas apenas a parcela humanizada dele.

O que está em jogo na apreensão, não é propriamente a competência ou não que temos de nos apropriar do mundo, mas a capacidade que temos de fabricá-lo, de criá-lo.

E esta criação abrange a inscrição do homem.

Por isto podemos afirmar que não há um homem que observa o mundo e dele extrai impressões.

Há o mundo, e neste se inclui o homem que o criou.

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