A língua é necessária para que a fala se torne inteligível e seja pactuada por todos.
A fala, por sua vez, é imprescindível para que a língua se enraíze e se estabeleça como estrutura estruturada.
Eis o fundamento dialético que não nos autoriza a pensar na distinção entre indivíduo e sociedade como entidades autônomas.
Mesmo fundamento que põe em suspenso as categorias de interior e exterior, tão difíceis de serem abandonadas.
A linguagem humana e todas as suas formas de expressão constituem os interesses da linguística.
Não estaria aqui o ponto de convergência entre linguística e psicanálise?
A linguagem é uma manifestação a um só tempo individual e social. Multiforme, ela envolve fenômenos físicos (ondas sonoras), fisiológicos (fonação e audição) e psíquicos (imagens verbais e conceitos).
A fala corresponde ao psíquico, cujo caráter é, em essência, individual. É através dela que particularizamos a língua.
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