Entende-se por narcisismo a atitude de alguém que admira seu corpo como se admirasse um objeto sexual. A ocorrência de tal atitude se deve ao retorno da libido para o eu. O narcisista não tem muita necessidade de um objeto seja para se satisfazer sexualmente seja para realizar aspirações intelectuais. Ao introduzir o conceito de narcisismo em 1914, Freud demonstra que os impulsos libidinais conflituam com os ideais éticos e morais da sociedade. Estes ideais funcionam como barreiras ao fluxo pulsional. Ao longo do processo de socialização, o indivíduo elege certos padrões culturais e os reconhece como seus. Submete-se a eles e passa a medir a si mesmo de acordo com essas exigências que são agora percebidas como suas.
Este processo é o que chamamos de formação ideativa e configura o ideal do eu, que desfruta o amor de si mesmo, antes dedicado ao eu real. O ideal que o sujeito projeta diante de si é o substituto do narcisismo perdido de sua tenra infância, quando ele era o seu próprio ideal. A origem dessa instância crítica, que funciona como vigia do eu, se encontra na influência exercida inicialmente pelos pais, a qual se soma toda sorte de influência que o ambiente exerce sobre o sujeito.
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