O sadismo se relaciona ao desejo de infligir dor, de subjugar; implica no exercício da violência para vencer a resistência do objeto. Em contrapartida, o masoquismo diz respeito à atividade passiva da pulsão em relação à vida sexual e ao objeto sexual. O mecanismo presente nesse par antitético percorre os seguintes movimentos: há um primeiro momento de exercício de poder sobre outrem, forma ativa do movimento; ao qual se segue um segundo momento de abandono desse objeto acompanhado de um retorno da libido para o próprio eu (forma passiva); e um terceito momento em que uma outra pessoa é introduzida nesse circuito para exercer o papel ativo de agente da violência. Eis aqui a descrição sobre a transformação da pulsão sádica em masoquista. Acerca da excitação sexual presente na dor, Freud nos diz em As pulsões e seus destinos: “(...) temos todos os motivos para aceitar que as sensações de dor, assim como outras sensações desagradáveis, beiram a excitação sexual e produzem uma condição agradável, em nome da qual o sujeito, inclusive, experimentará de boa vontade o desprazer da dor. Uma vez que sentir dor se transforme numa finalidade masoquista, a finalidade sádica de causar dor também pode surgir, retrogressivamente, pois, enquanto essas dores estão sendo infligidas a outras pessoas, são fruídas masoquisticamente pelo sujeito através da identificação dele com o objeto sofredor(...)
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