quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Pulsão e Acaso

O lugar ocupado pela pulsão está além dos domínios do princípio de prazer, do princípio de realidade, da ordem, da lei, da representação, da rede de significantes, da linguagem, do inconsciente...
A ordem, essa conhecida potencialidade humana para estruturar sob uma dada forma a experiência, não pode abarcar a totalidade da existência psíquica.
A racionalidade, nosso peculiar instrumento de apreensão do mundo, não deixa de ser um levante, nossa arma e nossa defesa, contra um fundo de acaso que nos escapa, nos aflige, nos assombra, aonde pulsa e reina soberana a vida.
(...) o que influi em nossa vida é sempre o acaso, desde nossa gênese a partir do encontro de um espermatozóide com um óvulo – acaso que, no entanto, participa das leis e necessidades da natureza, faltando-lhe apenas qualquer ligação com nossos desejos e ilusões (Freud, 1910, Leonardo da Vinci e uma lembrança da sua infância).
A pulsão, como pura potência indeterminada, situa-se no extra-psíquico. Ela ocupa o inapreensível lugar do acaso.
Nas próximas postagens falarei sobre a polícia do Rio de Janeiro: sua história e impasses vividos na atualidade. Frutos de um trabalho que desenvolvi nos anos noventa.

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