segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Passagem ao ato

Na passagem ao ato, o sujeito realiza o desmontar de uma cena. E ao postar-se fora dessa cena, excluído, o sujeito se identifica de forma absoluta com o objeto “a”.
Em Freud, essa identificação nos aproxima da perda do objeto de amor que se faz presente na melancolia. Momento de passagem da perda do objeto para a perda do eu.
O suicídio do melancólico serve para ilustrar o absoluto que atinge essa identificação, instante da passagem ao ato. Na identificação - do sujeito com o objeto - que se produz na passagem ao ato, a ação do sujeito é ir-se com o objeto. Não é mais do sentimento de exclusão que se trata.
O sujeito produz uma ação na qual ele se exclui inteiramente, com todo seu corpo. Ao sujeito não mais falta apenas uma parte. Ele mesmo é a parte que falta.
O melancólico busca, no suicídio, a sua reconexão com o objeto. Para produzir esse resto não especularizável, que é o objeto “a”, o sujeito se faz, ele mesmo, resto.
O acting out, ao contrário, expressa a montagem de uma cena; apela para uma resposta; propõe um enquadre diferente. Trata-se do desenvolvimento das estratégias do sujeito com o significante.

Um comentário:

Anônimo disse...

Estou pensando em fazer o meu trabalho de TCC da pós-graduação em Teoria e Clínica Psicanalítica, sobre a 'passagem ao ato'. Se alguém puder me fornecer sugestões de bibliografias, agradeço imensamente.