segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Pronto-socorro psíquico

A segunda vara da infância e da juventude recebe as questões familiares em estado de ebulição. Funciona como um pronto-socorro psíquico para as famílias que são ali atendidas e cujos ferimentos permanecem encobertos por revoltas, negligências e negações.
O ato infracional ecoa no ambiente da vara como um berro que emudece outros gritos há muito sufocados. E na maioria das vezes esse berro consegue nos ensurdecer. Berro é também uma gíria que designa arma de fogo.
O que significa apoiar a família no contexto institucional dessa vara?
Apoiar a família implica o esforço para entender sua demanda e sua dificuldade.
Se este objetivo é canhestramente alcançado, alguma coisa de muito significativo tem lugar no atendimento.
E as dificuldades vivdas pelo psicólogo passam então a girar em torno dos moldes instituídos: a aceitação por parte do juiz das ponderações apresentadas pelo psicólogo, ou a aceitação por parte deste de falhas em sua argumentação, pois não será capaz de dar conta de tudo.
Muitas vezes o psicólogo enfrenta frustrações e precisa, a despeito delas, manter-se aberto para surpresas. Como por exemplo, ser capaz de perceber que a sua visão do caso não elucida lacunas nem exclui equívocos.

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