A tragédia constitui gênero teatral singular porque ritualiza, no drama, a história do nascimento do direito grego, que coincide com a história da democracia, com o surgimento da cidade e do sujeito pleno de vontade.
Os trágicos evitavam representar o presente, manifestando clara predileção pela mitologia antiga. Colocar o mito no centro da representação significava poder criticar vigorosamente os acontecimentos sem se comprometer com o fato público que se desenrolava no presente.
O mito ressurge na tragédia, revestido de nova linguagem. Ele divide a cena com o coro que representa a sociedade.
O coro interfere na ação do herói mítico, censurando seus excessos, trazendo-a para a dimensão humana e social.
Os heróis trágicos eram retirados do contexto da poética mítica. Rica em poemas que retratavam um mundo de heróis, que eram homens fortes e poderosos que buscavam a felicidade no prazer e na ação.
O herói dava a sua vida um sentido ético mais geral. Havia a exigência da coragem, mas a valentia permanecia em segundo plano. Ao passo que a prudência e a astúcia eram os ideais mais valorizados.
O homem homérico adorava acima de tudo a vida. Ele era consciente de sua força, de sua ação ativa e lamentava como nenhum outro sua morte. A poesia desse tempo acolhia os prazeres individuais.
Já o crescente sofrimento do homem, dependente do destino, as lamentações sobre a fugacidade da vida e dos prazeres sensitivos que se fazem notar na poesia posterior a Homero, denotavam sentimentos relativos aos direitos e à importância da vida individual.
Há na poesia pós-homérica o desenvolvimento do puro conteúdo do pensamento, seja como exigência normativa do social, seja como expressão do indivíduo. Esse tipo de poesia encerrava reflexões normativas, filosóficas, separando-se ou mesmo abandonando o mito, outrora sempre presente na epopéia.
A tragédia floresce nesse momento em que o heroísmo havia cedido lugar ao conhecimento reflexivo e sensitivo.
Na tragédia, a poesia grega volta a abranger a força estruturadora e criativa do humano, assemelhando-se dessa forma à poesia homérica. Mas a tragédia representava, além disso, um heroísmo mais interior, estreitamento traçado no mito e na forma de ser que dele advém.
A tragédia revaloriza o herói mítico e posiciona seu agir numa dupla dimensão: ora sendo comandado pela vontade caprichosa dos deuses, e aí o herói se encontra preso à dimensão trágica do destino; ora sendo comandado pela vontade humana que emana do próprio sujeito, do poder autocrático e soberano dos reis, ou do poder público que se instaura com a democracia.
A história grega se funda no sentimento de dignidade humana, desenvolve-se como um movimento de valoração do homem.
Valoração não do eu subjetivo e individual, mas da consciência das leis gerais que determinam uma idéia de essência humana.
Tal concepção não encerra a esfera de um eu autônomo, e sim o homem como idéia, que implica uma imagem genérica, universal e normativa. Segundo esse ideal de homem é que se devia formar o indivíduo.
Os trágicos evitavam representar o presente, manifestando clara predileção pela mitologia antiga. Colocar o mito no centro da representação significava poder criticar vigorosamente os acontecimentos sem se comprometer com o fato público que se desenrolava no presente.
O mito ressurge na tragédia, revestido de nova linguagem. Ele divide a cena com o coro que representa a sociedade.
O coro interfere na ação do herói mítico, censurando seus excessos, trazendo-a para a dimensão humana e social.
Os heróis trágicos eram retirados do contexto da poética mítica. Rica em poemas que retratavam um mundo de heróis, que eram homens fortes e poderosos que buscavam a felicidade no prazer e na ação.
O herói dava a sua vida um sentido ético mais geral. Havia a exigência da coragem, mas a valentia permanecia em segundo plano. Ao passo que a prudência e a astúcia eram os ideais mais valorizados.
O homem homérico adorava acima de tudo a vida. Ele era consciente de sua força, de sua ação ativa e lamentava como nenhum outro sua morte. A poesia desse tempo acolhia os prazeres individuais.
Já o crescente sofrimento do homem, dependente do destino, as lamentações sobre a fugacidade da vida e dos prazeres sensitivos que se fazem notar na poesia posterior a Homero, denotavam sentimentos relativos aos direitos e à importância da vida individual.
Há na poesia pós-homérica o desenvolvimento do puro conteúdo do pensamento, seja como exigência normativa do social, seja como expressão do indivíduo. Esse tipo de poesia encerrava reflexões normativas, filosóficas, separando-se ou mesmo abandonando o mito, outrora sempre presente na epopéia.
A tragédia floresce nesse momento em que o heroísmo havia cedido lugar ao conhecimento reflexivo e sensitivo.
Na tragédia, a poesia grega volta a abranger a força estruturadora e criativa do humano, assemelhando-se dessa forma à poesia homérica. Mas a tragédia representava, além disso, um heroísmo mais interior, estreitamento traçado no mito e na forma de ser que dele advém.
A tragédia revaloriza o herói mítico e posiciona seu agir numa dupla dimensão: ora sendo comandado pela vontade caprichosa dos deuses, e aí o herói se encontra preso à dimensão trágica do destino; ora sendo comandado pela vontade humana que emana do próprio sujeito, do poder autocrático e soberano dos reis, ou do poder público que se instaura com a democracia.
A história grega se funda no sentimento de dignidade humana, desenvolve-se como um movimento de valoração do homem.
Valoração não do eu subjetivo e individual, mas da consciência das leis gerais que determinam uma idéia de essência humana.
Tal concepção não encerra a esfera de um eu autônomo, e sim o homem como idéia, que implica uma imagem genérica, universal e normativa. Segundo esse ideal de homem é que se devia formar o indivíduo.
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