Sempre tentei escapar do puro exercício pericial, em defesa de trabalhos que aproximassem a justiça de outras instituições, públicas e privadas, em favor da formação de uma rede que pudesse nos unir a outros profissionais, especialmente os que militavam nas áreas de educação, saúde e desenvolvimento social.
Naqueles minutos que precediam as entrevistas, eu me interrogava sobre os meios e os poderes de que dispomos, nós, profissionais da área de saúde mental, para construir o laudo que aquela circunstância exigia.
Preocupava-me com a responsabilidade colocada nas mãos do perito para explicar as motivações que levaram ao ato e para compreender a pessoa do transgressor. Matutava sobre as contradições e ambiguidades que uma perícia nos faz constatar, lançando-nos diante das fronteiras nem sempre bem definíveis entre o bem e o mal, a responsabilidade e a irresponsabilidade, o normal e o patológico.
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