segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O caráter perspectivo do conhecimento

Nietzsche rompeu com a relação que existia entre a teoria do conhecimento e a teologia. Considera que é preciso desdivinizar a natureza.
Em oposição a Spinoza, para quem para se conhecer as coisas do mundo em sua verdade é necessário apaziguar as paixões, Nietzsche insiste na idéia de que compreender implica um jogo; uma luta entre as paixões rir, deplorar e detestar.
Paixões que têm em comum a capacidade de conservar o objeto à distância. Através do riso nos protegemos do objeto, na deploração nós o desvalorizamos e, com o ódio o afastamos ainda mais.
Para Nietzsche, não há unidade ou apaziguamento possível. No processo de conhecer há apenas confronto. Em relação ao objeto a conhecer, há dominação.
Nietzsche não acredita no conhecimento em si. Não existem condições universais para o conhecimento, porque ele se traduz no resultado histórico de condições que não são da ordem do conhecimento.
Nietzsche ressalta o caráter perspectivo do conhecimento. Assim ele valoriza a relação estratégica na qual o homem se encontra posicionado, de onde resulta a parcialidade do conhecimento.
Mas não deixa de haver sempre uma batalha singular entre a natureza particular do conhecimento e sua aparência generalizante. Se o conhecimento nos parece geral é porque ele esquematiza, nivela as diferenças, assimila as coisas entre si sem qualquer fundamento de verdade.

Um comentário:

José Mattos disse...

Excelete teu Blog, vou adicionar na minha lista de favoritos. Aproveito para lhe convidar a conhecer o meu. Tem muita psicanálise, mas diluída em linhas de romance e prosa.

http://palavrasdeontem.blogspot.com

Um abraço,

J.Mattos