Nietzsche rompeu com a relação que existia entre a teoria do conhecimento e a teologia. Considera que é preciso desdivinizar a natureza. Em oposição a Spinoza, para quem para se conhecer as coisas do mundo em sua verdade é necessário apaziguar as paixões, Nietzsche insiste na idéia de que compreender implica um jogo; uma luta entre as paixões rir, deplorar e detestar. Paixões que têm em comum a capacidade de conservar o objeto à distância. Através do riso nos protegemos do objeto, na deploração nós o desvalorizamos e, com o ódio o afastamos ainda mais. Para Nietzsche, não há unidade ou apaziguamento possível. No processo de conhecer há apenas confronto. Em relação ao objeto a conhecer, há dominação. Nietzsche não acredita no conhecimento em si. Não existem condições universais para o conhecimento, porque ele se traduz no resultado histórico de condições que não são da ordem do conhecimento. Nietzsche ressalta o caráter perspectivo do conhecimento. Assim ele valoriza a relação estratégica na qual o homem se encontra posicionado, de onde resulta a parcialidade do conhecimento. Mas não deixa de haver sempre uma batalha singular entre a natureza particular do conhecimento e sua aparência generalizante. Se o conhecimento nos parece geral é porque ele esquematiza, nivela as diferenças, assimila as coisas entre si sem qualquer fundamento de verdade.
Um comentário:
Excelete teu Blog, vou adicionar na minha lista de favoritos. Aproveito para lhe convidar a conhecer o meu. Tem muita psicanálise, mas diluída em linhas de romance e prosa.
http://palavrasdeontem.blogspot.com
Um abraço,
J.Mattos
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