terça-feira, 14 de outubro de 2008

A origem social dos praças

O colonizador português trouxe para o Brasil a ideologia e o exercício da inquisição. Implantou aqui sua tradição, e assim influenciou o desabrochar social do Brasil, que permaneceu calcado na experiência da tortura e da confissão, garantidas estas pela organização de uma nação formada desde sua origem por senhores e escravos.
À sombra desses lugares sociais claramente delimitados, cresceu outra categoria social que nos primórdios do século XIX emparelhava-se em número à população escrava urbana. Os historiadores denominam-na de pobres livres, ou classe baixa não-escrava.
Eram os pobres sem patrão, que podiam ser divididos em grupos mais ou menos específicos, dentre os quais destacamos os praças do sistema policial.
A diversidade étnica dessa camada de pobres livres era grande e complexa. Era formada por índios, negros, mulatos e imigrantes. Vindos de culturas tão diversas, o que essa população tinha em comum era a pobreza e a falta de poder. Suas vidas eram pautadas por códigos de condutas diferentes e contraditórios.
Os praças saíam dessa classe baixa livre que era também alvo de repressão policial. E, sob as orientações dos administradores civis e juízes, eles dispunham de ampla liberdade ao executar suas missões. Seus métodos espelhavam a brutalidade da vida nas ruas e da sociedade escravocrata.

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